terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Escrito numa manhã, entre junho e julho:


" Inexplicavelmente eu desejei ter você por perto. E agora já não faz sentido. Eu respirei bem fundo na primeira vez que seu corpo chegou mais próximo do meu, seu rosto quase encostou em minha pele. Se John Green descrevesse aquele momento, como um de seus personagens, o Gordo, ele diria: eu, você, um camada entre nós. Quis te beijar naquela hora.

E agora você está próxima, como uma amiga, fato. Mas sabendo das suas histórias, conhecendo teus gostos, a impressão que tenho é que te desejo. Mas bem calada, do mesmo jeito do sonho que te contei... Mas dessa vez eu te mando calar a boca.

Eu ainda suspiro forte só de pensar, mas ficou bem mais claro pra mim. É desejo, e eu não quero uma só palavra sua. Só quero mãos e língua e "nenhuma camada entre nós". Quero ação e silêncio. Nada disso vai acontecer, eu sei, mas preciso te contar sobre isso que rola por aqui.

Faz um favor, se for ficar perto que seja corpo rente ao meu. Mas se for falar, me dá um descanso, tô abusando de anta tolice, tanto papo furado. Tô sendo direta como fui a primeira vez. Cala a boca!"


Meses depois: se tornou uma grande amizade, e nada rolou! Ah... na tpm eu continuo sem saco pra conversa rs
Escrito em 03 ou 04 de setembro, a tarde:


"Tô aqui, sentada, esperando você chegar. Que raiva eu senti hoje. Imaginei tudo diferente pra o nosso fim de semana. No mínimo eram duas noites dormindo ao teu lado. teu corpo junto a meu, abraços e beijos.

Era o mínimo que eu esperava pra nós... Mas talvez meu erro seja exatamente esse: tenho criado expectativas demais. Eu nem ser como vai ser amanhã. Eu não quero te tratar com esperança para os meus próximos 90, 180, 365 dias. Vou pendurar os planos do mês que vem e me segurar só no encontro quase marcado para próxima semana.

Talvez o ideal fosse colocar uma regra, do tipo "não marcamos mais nada". E ai quando batesse a vontade, quando a gente pudesse ou conseguisse trocar algo já marcado por "nós", então nos veriamos e dane-se a expectativa de semanas. Elas seriam bichos menores. Seriam bichos de horas e não de dias.

23 anos e eu ainda não aprendi a esperar nada. Maldita ansiedade, maldito prazer pelas pernas bambas e coração acelerado. Eu já posso amadurecer rs Tô com a impressão que leva uma vida inteira pra você chegar aqui."



No fim de semana seguinte eu descobri que era alguém com namorada, que mentiu por mais de um mês pra mim. Amadurecer? Com tanta cacetada, virou obrigação.
Tem coisa mudando por aqui. Alguém que foi muito importante no meu passado e que nunca deixou de ser presente está me dando a chance de tentar novamente. Ele nem sabe, mas eu tô tendo a chance de me dar uma chance, de perceber que nada na vida tem um lado só. E que importante mesmo é que ser feliz. Não quero me importar com o que vão falar, com os conselhos que vão me dar, se vai doer ou não em alguém. Tô meio cansada de viver em função dos outros, em viver pensando no que os outros vão pensar.

Sempre correndo atrás de problema, ou alguém complicado, ou alguém que não sabe o que quer, ou ainda mais, que não faz questão da minha presença. Sera mentira dizer que esqueci a última pessoa, seria maldade comigo negar que sinto saudades dela, de dizer que quando eu a ver não vou tremer da cabeça aos pés. Mas, paciência...

Tô deixando acontecer, me permitindo, e seja como for, eu vou estar feliz no final. Minha felicidade não está atrelada ao uma terceira pessoa, quem chegar só tem a acrescentar, se quiser ficar maravilha, se não... que pena! Sorta na vida, meu amor, é só que te desejo. Mas agora, agora é o tempo que vai dizer. São 5 anos depois de um final, são 5 anos que nos mudaram. Temos planos, temos amor e temos sorrisos, vamos tentar até onde der. Não quero saber de dor, só de felicidade e de sorriso. O que passar disso, o que for sufoco, falta, ou choro, eu tô fora!